
A maneira extemporânea como foi concluída a reunião com a EMEL, não permitiu que fossem anunciadas taxativamente as decisões já aceites durante o período de discussão.
Ao longo do período em que se trocaram opiniões, tinha já ficado assente que o processo de alterações ao estacionamento, tal como estava previsto para arrancar em Agosto, seria pura e simplesmente abandonado no que diz respeito a zonas. Ficou em aberto uma proposta que parece pouco provável vir a merecer qualquer apoio, que previa para ruas em que não houvesse comércio, a possibilidade dos residentes reivindicarem zona de estacionamento só para eles.
De qualquer modo, pode-se anunciar que o processo de alterações se encontra interrompido neste momento.
A partir da próxima 2º feira está previsto começarem discussões tripartidas, entre EMEL, junta de freguesia e residentes/comerciantes, para estabelecer um plano da implantação de parquímetros nas ruas que não estavam previstas serem de estacionamento tarifado. Assim conclui-se que este movimento conseguiu começar a fazer valer as suas posições, que levaram ao afrontamento de uma decisão mal estudada e mal planeada da EMEL.
Mas isto é apenas o princípio de um movimento de indignação perante aquilo que é injusto, discriminatório e inconstitucional.
Os moradores de Campo de Ourique deram uma prova do que vale a força da razão, quando para a fazerem valer se unem em volta de uma afirmação de vontades. Muitas das entidades públicas do país estão habituadas a decidirem a seu bel-prazer, sem quererem saber qual a opinião e o sentido do querer dos cidadãos.
Não queremos fazer valer o exemplo da Maria da Fonte, mas depois daquilo que se passou em Campo de Ourique durante duas semanas, nada poderá continuar como dantes. Para já, a população de Lisboa que sofreria outros desmandos da EMEL após a "operação Campo de Ourique", bem pode agradecer por este colocar em sentido daquela empresa. Que isto seja exemplo a seguir por todas as populações desrespeitadas pela "besta" estatal.
Ademais, sabendo-se que entre as duas candidaturas mais sonantes à Câmara de Lisboa existem opiniões divergentes quanto ao modo como se deve resolver o problema do estacionamento, só há que protelar qualquer decisão até se saberem os resultados eleitorais para então se agir em conformidade.